sábado, 12 de setembro de 2009

QUANDO O POETA ESCREVE
Quando o poeta escreve,
a poesia pode ser
forte como o vento,
falando sobre um lamento...
Da brisa, tem a suavidade,
quando fala em felicidade...
Tem a violência da tempestade,
quando de um protesto vê a necessidade...
Como o vento, soprando ao ouvido
fazendo ao seu amor um pedido,
um apelo sussurrado
de um coração apaixonado...
Do nada o poeta pega a inspiração,
dizendo o que lhe vai no coração...
Com rimas e versos lhe fala do encanto,
de quem te ama tanto...
O poeta é um eterno enamorado,
tanto em um dia ensolarado,
como em noites de luar,
sempre poeta quando está a amar...
No céu, na terra ou no mar...
Sempre um poema a cantar,
os versos que o vento deve espalhar...
Com o poeta, o amor há de sempre viver,
pois a poesia não deixará jamais o amor morrer

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Poema
Poema é noite cheia de armadura.
Poema é a luz que brilha lá no céu.
Poema é ter saudade de alguém, que a gente quer e que não vem.
Poema é um cantar de um passarinho, que vive ao perder seu ninho, é a esperança de o encontrar.
Poema é a solidão da madrugada, um ébrio triste na calçada, querendo a Lua namorar.
Poema é um cantar de um passarinho, que vive ao perder seu ninho, é a esperança de o encontrar.
Poema é a solidão da madrugada, um ébrio triste na calçada, querendo a Lua namorar.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

eliza lucinda

Aviso da Lua que Menstrua.

Moço, cuidado com ela!
Há que se ter cautela com esta gente que menstrua...
Imagine uma cachoeira às avessas:
Cada ato que faz, o corpo confessa.

Cuidado, moço
às vezes parece erva,parece hera
Cuidado com essa gente que gera
essa gente que se metamorfoseia
metade legível, metade sereia

Barriga cresce, explode humanidade
se ainda volta pro lugar que é o mesmo lugar
mas é outro lugar,aí é que esta:
cada palavra dita, antes de dizer, homem, reflita...

Sua boca maldita não sabe que cada palavra é ingrediente
que vai cair no mesmo planeta panela.

Cuidado com cada letra que manda pra ela!
Tá acostumada a viver por dentro,
transforma fato em elemento
a tudo refoga, ferve, frita
ainda sangra tudo no próximo mês.

Cuidado moço, quando cê pensa que escapou
é que chegou a sua vez!
Porque sou muito sua amiga
é que tô falando na "vera"
conheço cada uma, além de ser uma delas.

Você que saiu da fresta dela,
delicada força quando voltar a ela.

Não vá sem ser convidado
ou sem os devidos cortejos...
Às vezes pela ponte de um beijo
já se alcança a "cidade secreta"
a Atlântida perdida.

Outras vezes várias metidas e mais se afasta dela.
Cuidado, moço, por você ter uma cobra entre as pernas
cai na condição de ser displicente
diante da própria serpente.

Ela é uma cobra de avental.

Não despreze a meditação doméstica.

É da poeira do cotidiano
que a mulher extrai filosofia
cozinhando, costurandoe
você chega com a mão no bolso
julgando a arte do almoço: Eca!...

Você que não sabe onde está sua cueca?

Ah, meu cão desejado
tão preocupado em rosnar, ladrar e latir
então esquece de morder devagar
esquece de saber curtir, dividir.

E aí quando quer agredir
chama de vaca e galinha.

São duas dignas vizinhas do mundo daqui!

O que você tem pra falar de vaca?

O que você tem eu vou dizer e não se queixe:
VACA !é sua mãe. De leite.
Vaca e galinha...
ora, não ofende.Enaltece, elogia:
comparando rainha com rainha
óvulo, ovo e leite
pensando que está agredindo
que tá falando palavrão imundo.
Tá, não, homem.
Tá citando o princípio do mundo!



Elisa Lucinda
Canção do Exílio


Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amore.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar — sozinho, à noite —
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá."

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

À Palo Seco

Se você vier me perguntar por onde andei
No tempo em que você sonhava
De olhos abertos lhe direi
Amigo, eu me desesperava

Sei que assim falando pensas
Que esse desespero é moda em 73
Mas ando mesmo descontente
Desesperadamente eu grito em português

Tenho 25 anos de sonho e de sangue
E de América do Sul
Por força desse destino
O tango argentino me vai bem melhor que o blues

Sei que assim falando pensas
Que esse desespero é moda em 73
Eu quero que esse canto torto
Feito faca corte a carne de vocês

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Recital de Poesias Negras

África

Sou Negro
Sou Banto
Sou Sudanês
Sou gente
Sou pessoa
Minha Pátria: O mundo
Minha terra: Áfricas.
Tenho identidade
Tenho nome
Nasci do ventre
Nasci gente
Sou Negro
Negro Africanidades.
Negro por natureza.
Sou Negro
Tenho cultura.
Tenho história
Sou negro
Sou pessoa como você.
Sou negro
Voce!!!!
Negro eu sou.
Você eu não sei.
Honro a minha cor
A minha raça.
Negro de verdade
de lutas.
de histórias
Não sou negro de escravidão
Sou Negro de raça
de vida
Negro de história.
Negro que colonizou o mundo.
NEGRO COM MUITA HONRA.
Negro das Minhas Áfricas.


de Genivaldo Pereira dos SantosFloresta Azul - BA - por correio eletrônico